quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Sao Paulo minha cidade

Ao caminhar pela movimentada Rua Silva Bueno, no Ipiranga, deparei-me, em frente de uma luxuosa confeitaria, com um menino, da raça negra, maltrapilho. Deveria ter uns dez ou onze anos. Estava com os pés no chão. Olhava fixo para a vitrine do estabelecimento onde estavam expostos os mais lindos e tentadores confeitos. Tinha queijadinha, cocadinha, brigadeiro, beijinho, quindim e tantas outras variedades de doces. Sem falar nos bolos. Cada um mais artisticamente decorado que o outro. Era bolo redondo ou quadrangular. Pequeno ou grande. Uns tinham até frutas secas em volta.O menino permanecia ali parado. Seus dois olhos não desviavam da vitrine. Pessoas bem trajadas passavam por ele. Uns até arriscavam dar uma olhada rápida pela exposição da confeitaria. Talvez nem notasse a presença daquele garoto como se fosse uma estátua. Mas prosseguiam os seus trajetos. Dentro da loja, fregueses ocupavam os espaços das mesas e do balcão. E o pobre do guri dava uma desviada com os olhos e captava cenas de crianças, jovens e adultos saboreando aqueles quitutes.

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